O poema/processo, como movimento (anti)literário planificado, começou em dezembro de 1967, simultaneamente em Natal (RN) e no Rio de Janeiro (RJ), contando, logo em seguida, com a participação de Minas Gerais, sobretudo Cataguases. O poema/processo, como um todo, procurou responder às necessidades culturais, políticas, sociais, artísticas e literárias do momento: viviamos, como é largamente sabido, um período de duras lutas políticas e ideológicas. Estávamos sob o domínio de uma ditadura militar desde abril de 1964.
No plano propriamente literário, havia uma insatisfação com o verso pós-cabralino e pós-drummondiano, assim como eram evidentes as dúvidas estéticas em relação às conquistas semióticas da poesia concreta: duas frentes, então, foram criadas, a do Rio (com Wlademir Dias Pino, Alvaro de Sá, Neide Dias de Sá, Anselmo Santos, George Smith, Moacy Cirne e outros cinco ou seis "operários da linguagem") e a de Natal (com Anchieta Fernandes, Dailor Varela, Falves Silva, Nei Leandro de Castro, e mais quatro ou cinco nomes). Contribuíram de modo decisivo para o movimento, a seguir, Minas Gerais (em Cataguases - com destaque para a atuação de Joaquim Branco, P.J. Ribeiro, Aquiles Branco, Ronaldo Werneck, Sebastião Carvalho -, e também em Pirapora - com José Arimathéa e outros -, Divinópolis, Oliveira, São Francisco, Belo Horizonte), Paraíba (em Campina Grande, José Nêumanne Pinto à frente, e João Pessoa, com Marcus Vinicius de Andrade e mais dois ou três poetas), Pernambuco (em Olinda, com José Cláudio, e Recife, com Ivan Maurício). Outras cidades também participaram do momento inicial [1967-1968] do poema/processo: Florianópolis, Vitória, Porto Alegre, Franca (SP). Pode-se dizer que 60 a 80 poetas fizeram a história do movimento, em seu apogeu [1967-1969].
Aos poucos, pretendemos contar a sua trajetória: republicaremos alguns de seus principais textos, editaremos alguns de seus poemas mais expressivos, na medida do possível. Uma vez por semana o blogue será atualizado: um blogue centrado na teoria, na crítica e na prática do poema/processo. Com as necessárias mediações culturais e anticulturais que nos marcaram. (Moacy Cirne)
ACONTECEU EM 1967
[] Lançamento do poema/processo, em Natal e no Rio
[] Ponto 1 (RJ), revista do poema/processo
[] 12 x 9, de Alvaro de Sá
[] Lances exatos, de Sanderson Negreiros
[] Vibrações, de Jacob do Bandolim
[] Nova Objetividade Brasileira, no MAM / Rio
[] Protestos estudantis contra a ditadura, no Brasil
[] Movimento tropicalista, com Tom Zé, Caetano, Gil e outros
[] O rei da vela (Oswald), pelo Grupo Oficina, em São Paulo
[] O & A, pelo TUCA, de São Paulo
[] Terra em transe, de Glauber Rocha
[] Vanguarda e subdesenvolvimento, de Ferreira Gullar
[] História da alimentação no Brasil, I, de Luís da Câmara Cascudo
[] Quarup, de Antônio Callado
[] Os Zeróis, hq de Ziraldo
[] Mirza, hq de Eugenio Colonnese
[] Criação da FUNAI, no Brasil
[] Guerra dos Seis Dias, entre árabes e israelenses
[] Arte Povera
[] Crônica de Ana Madalena Bach, de Straub & Huillet
[] Week-end, de Godard
[] A chinesa, de Godard
[] Corto Maltese, hq de Hugo Pratt
[] Mr. Natural, hq de Robert Crumb
[] Hit Parade, hq de Wolinski
[] Saga de Xam, hq de Rollin & Devil
[] Cem anos de solidão, de Márquez
[] O senhor da luz, fc de Zelazny
[] Sgt Pepper’s ..., dos Beatles
[] Are you experienced, de Jimi Hendrix
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Atenção: Os comentários também podem ser feitos através do Balaio Porreta 1986.
Um comentário:
É ISSO! MOACY CIRNE É UM OPERÁRIO DA LINGUAGEM!!!
CARA, TÔ ARREPIADA!
OPERÁRIOS, UNI-VOS!
BEIJOS BEIJOS BEIJOS!!!
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